sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
A luta continua
PIGS sem futuro
Há quinze anos que vivemos sem rumo, em sobre despesismo e sem reformas que passem das palavras.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Altas patentes pagam a crise
E ia dedilhando os motes.
E é este o país, no seu melhor.
Educação perversa
No Público, verdades velhas.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Orçamento de Estado 3 - modo Monopólio
Adivinhe-se agora quem é cada uma das personagens.
A cada saco corresponde um nome:
- Banca&Seguros
- Empresas Públicas
- Construção Civil
- Políticos
- Gestores Públicos
- Investidores
- Angola
- PME's
- Formação profissional
- SNS
- Fisco
- Administração Pública
- Educação
- Choque tecnológico
- Famílias
- UE
- Cidadão comum
Ter em atenção que alguns nomes poderão não sofrer qualquer correspondência.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
domingo, 24 de janeiro de 2010
Tal e Qual
Tal e qual.
Pior do que um domingo só mesmo... a segunda feira.
No mais é o tempo a escoar-se e nós a corrermos.
- Corremos atrás de quê, afinal?
Luta inglória.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Absolut Musts V - Políticos

Francisco Pinto Balsemão foi um absolut must da política portuguesa e considerando que a idade é um fenómeno natural, eu diria que ainda consegue sê-lo.
Um genuíno gentleman: discreto, elegantíssimo e um brilhante paladino das liberdades, fundador desse projecto arrebatador que foi o EXPRESSO dos anos 70.
É que para os comuns Absolut Musts as fontes são pródigas.
Mas para os homens e mulheres da coisa pública os bancos de imagens não são férteis, excepto quando o exemplar trabalha afincadamente para a pose e se reduz a ela.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Simulambuco

A propósito destes incidentes e da provação de um povo a quem a descolonização exemplar retirou direitos históricos - concedidos quando Portugal era uma cultura civilizadora - seria impossível não me lembrar de D. Duarte de Bragança, uma voz a pregar no deserto há décadas, como em seu dia com Timor.
Convencionou-se não dar a mínima importância ao que ele diz.
E pior: como não tem os trunfos de uma Lady Di, dado a paparazzi e frivolidades, estabeleceu-se que o que ele diz não se escreve, tal como aconteceu com Juan Carlos, o tonto que depois veio mesmo a ser Rei de Espanha.
Mas D. Duarte é um eterno pragmático e indisciplinado: diz as verdades sem temer represálias, ainda que a sua agenda de preocupações não seja a que nos entretém os dias.
Alerta para o problema de Cabinda há muito tempo, para o seu direito à autodeterminação, para a sua unidade cultural completamente distinta.
E denuncia sem peias o que é evidente: o escabroso jogo de interesses petrolíferos que se joga neste abuso de fronteiras cometido por Angola.
Faz sentido? Faz todo. Para ele a honra é um conceito vivido e existe uma coisa chamada palavra.
Palavra de Portugal: que se obrigou
a fazer manter a integridade dos territórios de Cabinda e a respeitar e fazer respeitar os usos e costumes do país.
Foi em 1885, no Tratado de Simulambuco.
- Consegue imaginar-se o que faria Angola sem os 70% de crude que representa a produção de Cabinda no todo nacional?
Talvez entrasse na ordem.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
São sempre os mesmos
Sem olhar a crenças, culturas, etnias ou origem.
O facto é que são sempre os mesmos.
E cá dentro têm cada vez mais que fazer.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Politics&Policy

Desta vez fui eu a render-me – insuspeita, relapsa, mas razoável –, exactamente quando menos esperava.
Bem sei que training and consulting não são das especialidades mais amadas pelo Estado, mas mesmo assim, depois de alimentar uma impressão genérica - justificadamente algo azeda -, fiquei agora com uma (primeira) opinião concreta.
José Junqueiro é uma pessoa simpática (o que não é de somenos).
Significa isto que não é mais um parolo de Lisboa. Mais um daqueles governantes parvenus que – fora dos períodos eleitorais, bem entendido –, julgam demonstrar a sua condição de estadista ignorando o país real e desvalorizando a massa crítica que lhes legitima o posto.
Esta prática tem as suas vantagens imediatas: convence-os de que são cosmopolitas e de que são mais do que os outros. E defende-os de acordar para a crua realidade e perceber que o provincianismo não é uma geografia territorial, mas sim uma geometria mental.
Depois, aparentemente e desde já, José Junqueiro merece ainda um louvor pelo seu envolvimento, ao apressar-se
Isto devia ser uma regra, mas quem anda nisto sabe muito bem que é uma excepção ao modelo vigente no sistema.
Como em relação a outros, na sua altura - este, este e este -, não poupo elogios a quem percebe e pratica a velha máxima power is understanding.
A primeira coisa que um governante deve fazer é isto: empowerment.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Um filme magnífico
O filme apanhou-me literalmente desprevenida, a tal ponto fui surpreendida pela inesperada qualidade do argumento, da fotografia, dos cenários e actores, e ainda, muito particularmente, pelo lastro crítico que encerra.
Claro, o Ágora não é daquelas películas que arrancam óscares, mas das quais saímos tantas vezes a trocar banalidades ou monossílabos, a cabeça já invadida pelas preocupações da agenda de vida que se segue.
Não, este filme muito provavelmente não arrancará estatuetas, mas deixa-nos a debater, coisa inesperada num filme histórico, que apenas contamos que nos entretenha pelas reconstituições. Quanto ao debate, pode ir muito além da simples questão do fundamentalismo religioso, a que o filme está longe de ficar reduzido.
Rendida a Amenábar - que, assim que me lembre, só conhecia de outro bom filme, The Others -, espreitei posteriormente as críticas e descubro sem espanto que as opiniões se dividem sobre esta produção. Eu alinho pelo lado dos que aplaudem. É uma obra a não perder porque é magnífica em muitos aspectos (e não só pelos que justificam o orçamento grandioso de 50 milhões de dólares). E que além disso não deixa expectativas em branco (salvo, talvez - dizem -, quanto aos ingredientes românticos, justamente os mais comerciais).
Destaque final inevitável para as figuras e actores que realmente perduram para além do ecrã: Rachel Weisz e Max Minghella (filho do director cinematográfico e desde já candidato a um dos meus absolut musts...).
Ela, encarnando a personagem real da filósofa Hypatia e ele enquanto Davus, um escravo, depois liberto, que passa a ser mais um soldado vendido à milícia cristã.
Na sala, o tempo passa sem darmos conta: muita acção, emoções inevitáveis e alguma agitação intelectual face às questões que nos deixa entre mãos e lhe retiram a pretensa qualidade de filme histórico.
Por muitíssimas razões, o Ágora é um filme sobre o homem actual.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Razão e coração

Este é um blogue distraído do que o rodeia e que na blogosfera não cumpre agendas obrigatórias. Olha em redor e lê muito, mais do que escreve. Nem sei como permanece.
Mas mesmo em estado letárgico está como em coma induzido: mantém intactos os sinais vitais e dá fé de tudo, chegando mesmo, virtualmente, a postar, quando não parece, nem aparece. Um caso clínico…
Como todos os indisciplinados, rege-se por afectos. Disso é que não prescinde.
E na sua ocupada preguiça gosta de demorar-se por esplanadas acolhedoras onde se está muito bem, há ruído de vozes, gente que se levanta e gente que se senta e fala de tudo e mais alguma coisa, gente de muitos sítios e preocupações diversas, fazendo uma freguesia que nada tem a ver com aqueles convivas da paróquia, ocupados na habitual escapadela desinventiva depois da missa de domingo.
É. Eu também sou freguesa de um sítio assim. Abriu há um ano e é um caso à parte na blogosfera portuguesa.
E só por isso (eu, que sou avessa a essas memórias de calendário) tenho mesmo de festejar e agradecer as boas conversatas; os temas empolgantes, divertidos, ou simplesmente deliciosos; e, claro, até a clientela civilizadíssima e mundana (que não se faz por acaso).
Parabéns ao Delito de Opinião. Doravante, o desafio é ao mesmo tempo muito simples e assaz complexo: continuar sempre como tem sido e com a mesma abençoada frescura.
Longa vida, do coração!
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Absolut Musts IV - Políticos
Nada de deitar fora, eu diria um verdadeiro matador...
Brilhante, engagé, racional, artístico e corajoso.
Tantos trunfos sedutores numa só pessoa.
Um homem multi facetado que desaprendeu muita coisa com a vida.
Com a idade da foto viveu num dos meus lugares preferidos: aqui.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Orientação & Moeda

Essa ciência oculta a que chamam sociologia anda a meter-se na economia da orientação sexual.
E eu - que por mim deixava o Código Civil tal como está -, descubro agora que afinal somos uma moeda forte.
So far, so good…
Também temos direito ao controlo de qualidade.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Leituras
Como a correria é muita, quando chego a casa nem tenho tempo para me demorar a cotejar o fim provável da aquisição, e empilho-a juntamente com os outros presentes no sítio devido.
A verdade é que às vezes nem me lembro mais disso.
E é já no dia 23 ou 24, quando me atarefo a dividir os presentes pelos sacos, consoante o destino, que dou de caras com os três ou quatro livros, em pacotes supranumerários sem nome nem propósito concreto.
Nessa altura, se tudo correr de feição, os ditos extras regressam, portanto, à terra de ninguém, no canto, agora vão, das oferendas natalícias, comigo a fazer figas para que não haja sobressalto algum de última hora.
É um pequeno jogo que não premedito exactamente, em cada ano, mas que acaba por dar-me um infinito prazer.
Este Natal também não foi excepção.
Por isso, passada a confusão das festas e dos presentes, dos almoços e jantares de família, das mimalhices dos filhos, dos pais e dos irmãos, da corrida às lojas para trocar a roupa oferecida com o tamanho errado, o saleiro repetido da colecção e o livro que não interessa nem ao Menino Jesus... Depois de apagados os vestígios caóticos dos rituais festivos, bem sabemos que por tudo quanto é sítio... Passada que está, também, a pálida réplica desordeira da passagem de ano...
Aterramos merecidamente, então, em casa. Devolvida à sua santa paz. E finalmente livre para as suas pequenas revelações.
Comecei hoje pela minha primeira presa.

Uma evocação deliciosa, imprevista, para ser lida com todos os vagares do mundo.
Para quem gosta de Sophia, e para quem tem um fraco, como eu, por biografias e obras afins, estes momentos são de puro deleite, que começam logo, aliás, pelo prefácio: um levantar do pano cuidado, sentido e intimista, na mão perfeita de Maria Velho da Costa.
De mim para mim, foi um presente em cheio.
Mas, pensando bem, devo talvez um enorme obrigada ao hipotético alguém que ficou lesado com este meu pequeno deslize batoteiro...
sábado, 2 de janeiro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Deixem-me rir

Hoje é apenas um novo duodécimo, por acaso o 1.º (OE e prazos fiscais, não sei porque fingem que não se trata apenas disso e mais nada).
Acordem: - Não há hiato algum, não há armistício.
E o Tempo não nos concede nenhuma bula extra por apenas fluir, inexorável.
Ah, verdade seja! Existe também o tempo atmosférico, vá lá: registe-se a bonança.
Há desde ontem menos electricidade no ar, essa que absorvo literalmente, sem me dar conta. E que me infernizou os últimos dias até que, finalmente, trovejou. E veio a dádiva do granizo furioso e redentor, a descarregar em meu nome todo o desconcerto da química alterada. E a entornar, pelo mundo, todo o seu desatino.
Mas está bem.
(deixem-me rir).
Já que temos de ritualizar, então ofereço-me o cenário ideal: em frente à água. A afectuosa imensidão da água, que me acalma e que relativiza tudo. Sempre assim foi, abençoada seja.
E aqui me sento com um duvidoso capuccino, pobre arremedo daqueles cafés-crème divinos da rue Soufflot, onde o inverno é inverno, há neve e o frio é seco (soa a presunção, não é? pois que se lixe).
Hoje é somente mais tarde, bem tarde no dia.
Porque a véspera foi longa, e abrasileirada, e regada de chuva cronometrada para cair nos momentos chave, sem mercê pelos meus saltos a patinar em aquaplanning, rua fora, inundada. Tarde porque dormi demais, a recompor-me de uma véspera quase hostil, de tão previsível e decepcionante em tudo, até no engodo do glamouroso veuve clicquot ponsardin perfeitamente igual, feitas as contas do palato afinado, a qualquer um bom espumante português de esclarecida escolha.
(deixem-me rir).
Estou muito farta de tudo. Porque será…
Gostava de acreditar que era só de 2009, mas sinto demasiado cansaço para ver mais claramente do que isto (apenas este nada).
Um nada a que imperialmente decido virar costas.
E que não prefiro ao tudo que me aguarda no imenso espelho d’ água.