O atentado
Com o tempo, quase esquecemos outros casos intoleráveis de impunidade.A certeza cristalina que nos postou num dos lados da barricada não se desvanece, mas está perto de ficar arrecadada num arquivo nostálgico de indignações assépticas.
É como reencontrar aqueles antigos namorados de má memória, cujas malfeitorias já nem recordamos e com quem ficamos, mais do que a rememorar, a comemorar imbecilmente.
Trinta anos depois, pomos futilmente as arrecadas e concedemos-lhes, frívolas, a absolvição da deslembrança.
Ao contrário do que dizem, isto é muito mau sinal.