pR6nitSNH08tQNpWPA5eZO9DQjdlskzknDPg03Ak5Q0=all-head-content'/> QUARTIER LATIN: Sem exemplo

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sem exemplo





Por uma questão de princípio, evito alimentar a minha total insatisfação com o partido deste governo, prestando-me a alinhar em histerias colectivas do género das que este caso tem alimentado.
Também não gosto de discutir pessoas.
Mas reconheço que é difícil glosar o tema da má “praxis” dos nossos governantes sem cair na fulanização, porque é nos detalhes (aliás, constantes) que a coisa se presta a ser analisada. Por outro lado, reconheço que o caso Inês de Medeiros pode até pode redundar em ‘peanuts’: umas quantas viagens que não empobrecem o tesouro público. - Para quê tanto barulho? Fechemos os olhos, sejamos pragmáticos, tenhamos o sentido das proporções… Encostemo-nos à justiça relativa.

Pois é, gostaríamos de ter tão bom estômago, mas o facto é que não pode ser assim. 
Aliás - sem ir mais longe -, justamente em nome da mesmíssima justiça relativa.
Porque o Estado, aquele que persegue o cidadão, implacavelmente, através do fisco. Ou aquele que a cada dia lhe retira parcelas importantes de conforto e subsistência. Ou aquele Estado que ignora as condições subjectivas de cada português, quando inflige reformas erráticas e absolutamente cegas (fazer o “bem”, sem olhar a quem).
Esse Estado não pode ter dois pesos e duas medidas. Tem de ser o modelo. Não pode exigir uma disciplina de cumprimento da lei aos governados e outra coisa aos eleitos pelos governados. 
Mais uma vez, é uma questão de exemplo.


Essa coisa básica que legitima a autoridade.