
A coligação Por Coimbra venceu.
Nem as cisões internas e os ódios de estimação, a contra- campanha montada ao milímetro, ou o lobby das negociatas vergaram a força da autenticidade de Carlos Encarnação: - competente, discreto, curialíssimo, atento, hábil e resistente.
Pelo bom governo da cidade, sem outros interesses que não sejam os colectivos.
E de mãos limpas.
Foi obra.
Com uma equipa nova de gente com estatura que não vai buscar o ser à política (e muito menos o ter), merece bem continuar os seus projectos.
Mas também para provar ainda alguma coisa, conseguindo chegar ao que não teve tempo de fazer, isto é:
- à cultura e ao cosmopolitismo perdidos (ou definitivamente comprometidos) durante a interminável década socialista que imobilizou Coimbra. E que legou aos sucessores um burgo selvagem convertido num tabuleiro de xadrez de construtores civis e de gente sem mundo.
Depois de dois mandatos a empreender a hercúlea tarefa de refazer as fundações físicas da cidade, chegou a hora de reconstruir os alicerces mentais e as janelas grandes sobre o mundo que Coimbra sempre rasgou.
Cuidar do espírito, inquietar, hospedar luxuosamente aqueles que reflectem e que criam, são missões que a cidade tem de retomar urgentemente.