quarta-feira, 10 de junho de 2009
Paulo Rangel
Paulo Rangel não é o homem providencial.
É simplesmente um homem com qualidades, muitas qualidades.
Aquelas que são imprescindíveis à res publica e que há muito pareciam ter-se eclipsado das hostes desta bancada de S. Bento.
A sua vitória teve um sabor indizível a frescura.
E fez-nos respirar de alívio, porque a falta de ar era muita.
Sim, certamente que os resultados dependeram em muito dos seus dotes pessoais.
Mas nada mais fizeram do que confirmar o sentido estratégico de Manuela Ferreira Leite.
Porque também eu aprecio - e muito - Marques Mendes. Mas subscrevo em absoluto o feeling da líder do PSD, ao perceber que nada poderia ser pior do que tirar da bainha as armas desgastadas de sempre. Isso seria dar aos adversários, de bandeja, a garantida eficácia da contra-propaganda.
- Agora?
Acho que ninguém sabe ao certo.
Mas não alinho na onda catastrófica que augura um insuperável impasse (quase sempre na tentativa de arranjar uma 2ª volta para a prova da falta de visão de MFL, ou de evidenciar que o PSD é um verdadeiro deserto de recursos humanos e valores seguros).
Manuela Ferreira Leite será, como sempre, discretíssima e, acima de tudo, permanecerá imune ao mesquinho brouhaha nacional.
Não resisto a dizer que isto é mesmo coisa de mulher...
Neste aspecto, o sexo fraco pode ser terrivelmente incondicionável, qualquer que seja o estilo: delico-doce ou belicoso.
Certo mesmo é que gente capaz não falta.
Não estão em bicos de pés, é verdade.
Mas isso rima na perfeição com Manuela.
O PSD precisa de convencer essa gente a aparecer.
E o primeiro teste será a composição das listas para a AR.
Talvez haja pouco tempo, ou talvez não.
Se os canitos em pele de lobo, esfomeados, forem neutralizados, pode não demorar muito.
E então, acredito que vamos ter muitas surpresas.
Assim ela consiga castrar todas essas sub-espécies de social-democratas, uns verdadeiros empatas, garanhões do vazio e do nada.
(Seria uma verdadeira resposta em espécie, completamente merecida).