Todos temos um tipo diferente.
Os meus são normalmente abundantemente fadados pela mãe-natureza (não seria forçoso... só que é assim, de facto).
Mas, contrariamente à maioria de todos aqueles que o são, trazem consigo ainda outros dons inimagináveis, que perfazem a chave da rendição e os tornam, simplesmente, únicos.
Aqui, a lei, verdadeiramente, é a da improbabilidade.
Juntam à perfeição estética uma cabeça fora do comum, que os habilita a um podium de singularidade. Têm um forte instinto prático, e garra, e empatia. E ainda acrescem algo de verdadeiramente essencial: a capacidade de ser normais e de não exigirem tributos à sua pessoa. Para cúmulo, conseguem até o prodigioso requinte de ser sensatos.
- Sufocante, não é?
Digam... tamanho apuro não é deste mundo!
Digam... tamanho apuro não é deste mundo!
Só que está ali e não é miragem, porque viramos costas e ele reaparece de frente, não dá para duvidar que existe, em carne e osso. Tocamos com o dedo e não sentimos vazio...
A asfixia é fatal, portanto:
- o cérebro luta em desespero contra a anóxia, ainda a tempo da percepção da derrota, improrrogável;
- ensaia-se a fuga a sete pés do campo de batalha, que porém não arranca e nos deixa especados, colados e pregados no sítio magnético em que nos detivemos (o alvo).
Em suma: queremos o tiro. Que venha, bem no centro anatómico do cardio, para acabar com aquilo depressa e sem alarde.
E a bala que não vem...
Ora se ensaia, ora recua. Ora parece um fuso artesanal, ora parece uma bola de canhão.
No fim de tudo - mortos e já de volta - , percebemos enfim o nonsense disto tudo:- nenhum ser perfeito quereria matar-nos.
É tudo fantasia. Aquilo não existe...
A lei é sempre a mesma... a da probabilidade.
A lei é sempre a mesma... a da probabilidade.
Não há diferença alguma! Estes aqui são só mais empenhados...
... e eficazes, porque morremos sempre!