sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
"Esperar? Mas o quê?"
E o povo é como - a barca em plenas vagas,
A tirania - é o tremendal das plagas,
O porvir - a amplidão.
Homens! Esta lufada que rebenta
É o furor da mais lôbrega tormenta...
- Ruge a revolução.
E vós cruzais os braços... Covardia!
E murmurais com fera hipocrisia:
- É preciso esperar...
Esperar? Mas o quê? Que a populaça,
Este vento que os tronos despedaça,
Venha abismos cavar?
Castro Alves, «Estrofes do Solitário»