pR6nitSNH08tQNpWPA5eZO9DQjdlskzknDPg03Ak5Q0=all-head-content'/> QUARTIER LATIN: maio 2010

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Spe salvi





Chegou ao fim.
Mesmo no rebanho católico, nunca fui em carneiradas: sou mais ave do que quadrúpede; mais lobo, do que cordeiro; mais de alforrias, do que de redis.
Mas nunca resisti a uma boa causa e esta foi uma delas…
Porque a insuportável patetice do coro anti-Igreja, centrado na figura do Papa e na sua pessoa, tira-me do sério e só merecia isto mesmo: este banho de gente, esta manifestação de força, esta ajuda sincera à ‘revelação’ de Bento XVI como um homem que soube suceder ao Cardeal Ratzinger e exercer o seu papel agregador de Sumo Pontífice do séc. XXI, falando às multidões que o procuraram em busca das suas ‘razões’ mais profundas.
E ele correspondeu a essa necessidade de inclusão. Com o afecto inequívoco e com a simplicidade de quem acolhe, como se fossem seus, todos os nossos desencontros, todas as dores, todos os gritos de justiça.
Gosto deste Papa.
Não me revejo em algumas das suas ‘guidelines’, mas sim, gosto deste Papa e da sua superação. E também sei que as divergências interpretativas (já) não são o essencial.
Mas aquilo que me agrada mais é saber que, dentro desta Europa em crise, a Europa católica a que pertenço está nas mãos de um intelectual como Ratzinger. Que conhece (como muito poucos outros filósofos) a identidade cultural e civilizacional do ocidente actual, pós 
comunista, da União Europeia e dos conflitos com o Islão fundamentalista.
Tenho a impressão de que nos vamos lembrar muito disto…