sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
« - Oui? C’est moi! .»
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Boletim meteorológico
Qualquer semelhança é pura coincidência
Nunca se viu um tempo assim.Muito frio e muito abafado, com uma humidade viscosa por debaixo das nuvens baixas.
O estranho é não soprar um vento que seja.
Dificuldades em respirar
(mas para a vacina já é muito tarde).
domingo, 25 de janeiro de 2009
Apanhar sol por dentro!
Em finais do milénio, festejei aqui a minha entrada nos forties, bem no meio da alegria barulhenta dos nuestros hermanos.Um pouco mais de sol - e eu era brasa
Um pouco mais de azul - e eu era além
Para alcançar, faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Cielos, y si, que saben vivir!
Haverá mais coisas de que tenho saudades (como, por exemplo, os meus filhos pequenos).
Mas o que mais me faz falta, AGORA, é mesmo aquele sol ...
Somewhere over a rainbow ?...
Hoje não me apetece pensar que vivo em Portugal.
Estou farta.
Como se não bastasse a recessão e o horizonte pesado de um ano cheio de perdas e dificuldades, 2009 é ano de eleições. E eu estou, singularmente, sem paciência para o confronto de ideias (que me costuma interessar). Para aturar a chicana política dos spins. Para gramar as previsíveis crónicas dos oráculos da opinião nacional. Para as tertúlias televisivas dos entertainers vácuos do costume.
Tudo me parece um déjà vu enjoativo e estéril, um prato requentado, um exercício inútil.
E a verdade é que não me reconheço.
Falava-se disto ontem, à volta da mesa do bar que fica nas traseiras do mosteiro velho, teimosamente afundado numa cota inferior ao rio, com a grande rosácea quase à distância de um braço. Gosto de conversar ali. Inspiram-me a gravidade das pedras e a graciosidade sóbria do edifício românico. E penso sempre que o conceito que o erigiu e lhe deu vida - acolhendo clarissas mendicantes -, é tão gritantemente deslocado nos dias de hoje.
Ainda bem que ficam as pedras, para testemunhar que há futuro...
Falava-se disso, sim. Ao som do "somewhere over a rainbow", ao piano, num estilo cheio de contrastes a lembrar Keith Jarret.
Vociferava-se contra a apatia nacional (afinal não é só coisa minha).
Todos, de alguma maneira, estávamos desinteressados do circo habitual, sem leveza suficiente para encarar a festa ou acreditar no jogo.
Estamos condicionados, preocupados, feridos em várias crenças, detectando friamente o mal sem lhe conhecer a cura.
- Será uma incapacidade de geração, a quem a democracia caiu ao colo em plena adolescência?
Não fossem as pedras persistentes a relativizar todos os perigos, e eu estaria não propriamente indignada (como é costume) mas quase assustada com o Portugal de agora.
Assim, passou-se à roda seguinte de bebidas com pouco gelo, apesar da noite amena.
E desatámos a falar da posse de Obama.
Afinal, é um tema em que ainda é possível encontrar um sentido comum.
Como se não bastasse a recessão e o horizonte pesado de um ano cheio de perdas e dificuldades, 2009 é ano de eleições. E eu estou, singularmente, sem paciência para o confronto de ideias (que me costuma interessar). Para aturar a chicana política dos spins. Para gramar as previsíveis crónicas dos oráculos da opinião nacional. Para as tertúlias televisivas dos entertainers vácuos do costume.
Tudo me parece um déjà vu enjoativo e estéril, um prato requentado, um exercício inútil.
E a verdade é que não me reconheço.
Falava-se disto ontem, à volta da mesa do bar que fica nas traseiras do mosteiro velho, teimosamente afundado numa cota inferior ao rio, com a grande rosácea quase à distância de um braço. Gosto de conversar ali. Inspiram-me a gravidade das pedras e a graciosidade sóbria do edifício românico. E penso sempre que o conceito que o erigiu e lhe deu vida - acolhendo clarissas mendicantes -, é tão gritantemente deslocado nos dias de hoje.
Ainda bem que ficam as pedras, para testemunhar que há futuro...
Falava-se disso, sim. Ao som do "somewhere over a rainbow", ao piano, num estilo cheio de contrastes a lembrar Keith Jarret.
Vociferava-se contra a apatia nacional (afinal não é só coisa minha).
Todos, de alguma maneira, estávamos desinteressados do circo habitual, sem leveza suficiente para encarar a festa ou acreditar no jogo.
Estamos condicionados, preocupados, feridos em várias crenças, detectando friamente o mal sem lhe conhecer a cura.
- Será uma incapacidade de geração, a quem a democracia caiu ao colo em plena adolescência?
Não fossem as pedras persistentes a relativizar todos os perigos, e eu estaria não propriamente indignada (como é costume) mas quase assustada com o Portugal de agora.
Assim, passou-se à roda seguinte de bebidas com pouco gelo, apesar da noite amena.
E desatámos a falar da posse de Obama.
Afinal, é um tema em que ainda é possível encontrar um sentido comum.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Ronda - Definição de pessimismo
Dois simpaticíissimos e extravagentes leitores - em ambos os casos porque não andam na blogfosfera seguindo o top ten dos sitemeter... - acusam-me de ser cínica e pessimista nas minhas reflexões (!) periódicas aqui no quartier.
- Eu? Cínica?!
Aí está uma arte que nunca tive. E inadmissível neste petit coin.
Já pessimista, sou, com efeito.
(Não sei se sofrerei do mesmo factor que o MST...)
Mas o que sempre ouvi dizer é que um optimista não passa de um pessimista mal informado.
- Eu? Cínica?!
Aí está uma arte que nunca tive. E inadmissível neste petit coin.
Já pessimista, sou, com efeito.
(Não sei se sofrerei do mesmo factor que o MST...)
Mas o que sempre ouvi dizer é que um optimista não passa de um pessimista mal informado.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Lusogenias
Num bistrot divertido aqui ao lado o JM Coutinho Ribeiro promove uma votação pela melhor canção de amor de sempre.
O assunto deu discussão.
Dou por mim a sorrir e a pensar que um referendo nesta matéria no país que inventou o fado é um exercício quase redundante...
- Quem melhor do que nós pode entender os excessos de atitude, os exageros de linguagem, quando se trata de exprimir sentimentos?
Por isso há canções que mesmo sem o ser, são fados.
Se há uma "biografia portuguesa", então é o fado.
Ou então é o fado... Ou então é o fado ...
Falar sobre fatum é falar sobre nós.
E é bom de ver que jamais pode ser uma discussão unânime :-)
Deserto Português V
Os descartáveis
Muito típico do deserto é também o risco das miragens
À vezes, mais vale morrer de sede.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Fiducia
Primeira questão, que não me incomoda:
- com este homem, a direita não vai lá nunca.
Segunda questão, que muito me incomoda:
- Mas alguém confiaria nele para um acordo eleitoral?!
Para ficar na história política do país, como outros ficaram no seu partido, Paulo Portas precisava de uma visão transformadora que não tem.
Mais uma vez se provou.
A desadequação pessoal e a oportunidade falhada tornam-se particularmente mais límpidas em conjunturas dramáticas como a que atravessamos.
- com este homem, a direita não vai lá nunca.
Segunda questão, que muito me incomoda:
- Mas alguém confiaria nele para um acordo eleitoral?!
Para ficar na história política do país, como outros ficaram no seu partido, Paulo Portas precisava de uma visão transformadora que não tem.
Mais uma vez se provou.
A desadequação pessoal e a oportunidade falhada tornam-se particularmente mais límpidas em conjunturas dramáticas como a que atravessamos.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Complexo-grafia nacional
Se a Igreja católica tem um discurso irrealista e demasiado colado à virtuose humana (que tem, muitas vezes), a reacção é a lengalenga habitual.
Mas se tem um discurso pragmático e realista, ai jesus, cruzes canhoto, vade retro.
Chega-se mesmo a louvar a comunidade muçulmana por ter reagido tão bem. Quando, na verdade, esta não regiu mal porque não é estúpida e percebe que seria uma leviandade institucional fingir excessos interpretativos.
É escusado!
Porque nem elevando a fasquia ao nível da estatura intelectual do Cardeal Patriarca os complexos deixam de morder o beatério laico nacional.
(Mas são capazes de, ao virar da esquina, entrar na consulta de Tarot da Maya).
Mas se tem um discurso pragmático e realista, ai jesus, cruzes canhoto, vade retro.
Chega-se mesmo a louvar a comunidade muçulmana por ter reagido tão bem. Quando, na verdade, esta não regiu mal porque não é estúpida e percebe que seria uma leviandade institucional fingir excessos interpretativos.
É escusado!
Porque nem elevando a fasquia ao nível da estatura intelectual do Cardeal Patriarca os complexos deixam de morder o beatério laico nacional.
(Mas são capazes de, ao virar da esquina, entrar na consulta de Tarot da Maya).
domingo, 11 de janeiro de 2009
sábado, 10 de janeiro de 2009
Deserto Português IV
Responsabilidade política
Há uma tendência generalizada para meter tudo no mesmo saco e confundir negligentemente os graus de responsabilidade dos vários actores na má gestão da coisa pública ( a tal memória curta).
O Abrupto lembra-os e muito bem
É espantoso (e arrepiante!) pensar que estes irresponsáveis estão a salvo de tudo e nada com eles, obrigado.
O dever da responsabilidade política devia exercer-se muito para além do jogo e do tempo eleitoral.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
A minha entrevista a Sócrates
Deserto Português III
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Deadline
domingo, 4 de janeiro de 2009
Requiem por uma administração pública isenta
De facto, o Estado é simultaneamente o topo da administração pública e o governo.
O que siginifica materializar, também simultaneamente, a lógica do serviço (funcional e tecnocrática) e a lógica representativa (clientelar e partidocrática).
Só que depois, como há apenas um corpus a suportar tudo isso (o funcionalismo público) as coisas não são, na realidade, separáveis.
E não propriamente porque a promiscuidade invista todos estes actores numa relação cúmplice, perversa e conspirativa. Mas porque interfere de facto com as condições do desempenho dos subordinados, não garantindo o império da lei do mérito, mas sim o da 'contingência do chefe'.
E aqui as armas ao alcance de cada um são profundamente desiguais.
- Ora, em que fica tudo isto no contexto da nova reforma?
Até agora, havia de facto algo de substancialmente diferente entre o mundo do emprego privado e o mundo do emprego público: um apertado controlo de legalidade.
Não tão grande, nem tão exemplar como todos gostariam (habituados que estamos a malhar e a desconfiar da coisa pública). Mas real, efectivo e inexorável.
Dirão os mais ingénuos que esses limites continuam. Pois é, formalmente continuam.
Mas quem lá está dentro sabe bem ao que ficaram realmente reduzidos a partir de 1 de Janeiro de 2009.
Porque até hoje nenhum "patrão", em qualquer microestrutura de Estado, tinha poder absoluto sobre a subsistência da relação laboral.
E tanto nos habituámos a considerar este aspecto como negativo (o vínculo tendencialmente vitalício) que nos esquecemos de olhar para os seus possíveios efeitos benéficos (ou os seus fundamentos).
Não, o mais importante não era, de facto, a tranquilidade da sobrevivência garantida.
Era antes o facto de, através da intocabilidade do vínculo, se garantir a intocabilidade do Estado.
A partir de agora, basta pensar:
- haverá alguma coisa mais poderosa do que o argumento da subsistência material do indivíduo?
- algum trabalhador se irá atrever, doravante, a pôr isso em causa?
Quer se queira quer não, a independência da administração pública face ao jogo político do momento está muito mais vulnerável desde o passado dia 1 de Janeiro.
Na realidade, está igual a qualquer empresa-chafarica de esquina, frágil e incógnita na sua insignificância; e igual a qualquer grande empresa SA, poderosa e opaca na sua magnitude avassaladora.
Eu, se fosse aos cidadãos portugueses em geral, não estava nada tranquila e tinha sérias razões para temer muito mais do que até hoje pelo alinhamento dos agentes públicos com os interesses superiores do Estado.
Esta é que é a verdade a que ninguém parece ligar:
- temos uma administração pública very up-dated por fora mas, por dentro, definitivamente ferida de morte na sua possível isenção.
O que siginifica materializar, também simultaneamente, a lógica do serviço (funcional e tecnocrática) e a lógica representativa (clientelar e partidocrática).
Só que depois, como há apenas um corpus a suportar tudo isso (o funcionalismo público) as coisas não são, na realidade, separáveis.
E não propriamente porque a promiscuidade invista todos estes actores numa relação cúmplice, perversa e conspirativa. Mas porque interfere de facto com as condições do desempenho dos subordinados, não garantindo o império da lei do mérito, mas sim o da 'contingência do chefe'.
E aqui as armas ao alcance de cada um são profundamente desiguais.
- Ora, em que fica tudo isto no contexto da nova reforma?
Até agora, havia de facto algo de substancialmente diferente entre o mundo do emprego privado e o mundo do emprego público: um apertado controlo de legalidade.
Não tão grande, nem tão exemplar como todos gostariam (habituados que estamos a malhar e a desconfiar da coisa pública). Mas real, efectivo e inexorável.
Dirão os mais ingénuos que esses limites continuam. Pois é, formalmente continuam.
Mas quem lá está dentro sabe bem ao que ficaram realmente reduzidos a partir de 1 de Janeiro de 2009.
Porque até hoje nenhum "patrão", em qualquer microestrutura de Estado, tinha poder absoluto sobre a subsistência da relação laboral.
E tanto nos habituámos a considerar este aspecto como negativo (o vínculo tendencialmente vitalício) que nos esquecemos de olhar para os seus possíveios efeitos benéficos (ou os seus fundamentos).
Não, o mais importante não era, de facto, a tranquilidade da sobrevivência garantida.
Era antes o facto de, através da intocabilidade do vínculo, se garantir a intocabilidade do Estado.
A partir de agora, basta pensar:
- haverá alguma coisa mais poderosa do que o argumento da subsistência material do indivíduo?
- algum trabalhador se irá atrever, doravante, a pôr isso em causa?
Quer se queira quer não, a independência da administração pública face ao jogo político do momento está muito mais vulnerável desde o passado dia 1 de Janeiro.
Na realidade, está igual a qualquer empresa-chafarica de esquina, frágil e incógnita na sua insignificância; e igual a qualquer grande empresa SA, poderosa e opaca na sua magnitude avassaladora.
Eu, se fosse aos cidadãos portugueses em geral, não estava nada tranquila e tinha sérias razões para temer muito mais do que até hoje pelo alinhamento dos agentes públicos com os interesses superiores do Estado.
Esta é que é a verdade a que ninguém parece ligar:
- temos uma administração pública very up-dated por fora mas, por dentro, definitivamente ferida de morte na sua possível isenção.
Os enteados da Nação
Na verdade, ninguém está verdadeiramente interessado em saber porque é que os funcionários públicos são tidos pelo que são.
Se estivermos em dia sim e tomados de complacência, vemo-los como uns pobres diabos.
São aqueles cromos queirosianos de sempre, alheados de qualquer chama, brio ou ambição. Uns mangas-de-alapaca empedernidos e previsíveis, tecnicamente desclassificados e com cara de fraco ordenado (que em absoluto merecem).Mas se estivermos em dia não e tomados pelos azeites, o julgamento enfurece-se e vemo-los com as cores fortes de uma caricatura de Bordalo.
São os agentes do atraso nacional; a corja de incompetentes do costume; os oportunistas com ideário de pacotilha, corruptos no abuso do erário público e bafejados pela sorte imerecida de um dolce far'niente que o tesouro nacional sustenta.
São os agentes do atraso nacional; a corja de incompetentes do costume; os oportunistas com ideário de pacotilha, corruptos no abuso do erário público e bafejados pela sorte imerecida de um dolce far'niente que o tesouro nacional sustenta.
Não vale a pena remar contra a maré!
É uma vexata questio que reproduz o timbre das nossas relações com o Estado, enquanto cidadãos.
Mas o facto é que quem por lá está- ou esteve - sabe bem como as coisas são na realidade.
Um universo laboral igual a muitos outros, onde coexistem bons e maus profissionais; possuídos de espírito de missão ou puro mercenariado; gente brilhante ou de uma limitação confrangedora; homens e mulheres sérios e menos sérios.
E quem por lá está sabe também que isto acontece a qualquer nível.
Quer quanto aos trabalhadores, quer quanto aos directores e sub-directores gerais nomeados pelos governos. Porque se estes lá calharam, muitas vezes pelos melhores motivos (vg, a competência técnica), não se livram de dividir os poderes com as criaturas mais incapazes e oportunistas que pode haver.
Cá de fora gostamos, apesar de tudo, de separar as águas. E julgar os políticos enquanto tal; e os funcionários na medida das suas aptidões.
Ora, na verdade, nada há de mais errado.
Porque o facto é que o Estado mistura inexoravelmente as duas máquinas: a política e a administrativa.
Mas mistura de forma bem diferente do que pensamos.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Leituras
«Não quis o Autor da natureza que a mulher se contasse entre os bens móveis. O edifício não se move do lugar onde o puseram; e assim deve ser a mulher; tão amiga de estar em casa, como se a mulher e a casa foram a mesma coisa.»
Quem escreve assim é tido na conta de um bom psicólogo feminino pelos estudiosos.
Ao dedicar muitas das suas prédicas à condição da mulher, Vieira não se cansou de denunciar a sua natureza ambivalente, capaz do melhor e do pior.
Segundo ele, «tão vagabunda nos olhos como nos passos», a mulher é atreita a terríveis defeitos como «a ambição, a curiosidade, a vaidade, o egoísmo» e até - aqui neste ponto o Francisco José Viegas também concorda... -, presas de «um apetite desmedido»!
A verdade, contudo, é que Vieira se serviu desta denúncia das 'perversidades femininas', para celebrar também o seu oposto, através do exemplo espiritual das mulheres capazes de vencer a sua natureza (!).
E acabou, assim, por declarar revolucionariamente uma carta de atributos cívicos das mulheres, e declinar as bases de um status que não era senão, há 400 anos, o de uma cidadania feminina.
O meu banquete de ano novo... "O PadreAntónio Vieira e as Mulheres – O mito barroco do universo feminino, Editorial Campo das Letras, 2008 .
Ao dedicar muitas das suas prédicas à condição da mulher, Vieira não se cansou de denunciar a sua natureza ambivalente, capaz do melhor e do pior.
Segundo ele, «tão vagabunda nos olhos como nos passos», a mulher é atreita a terríveis defeitos como «a ambição, a curiosidade, a vaidade, o egoísmo» e até - aqui neste ponto o Francisco José Viegas também concorda... -, presas de «um apetite desmedido»!
A verdade, contudo, é que Vieira se serviu desta denúncia das 'perversidades femininas', para celebrar também o seu oposto, através do exemplo espiritual das mulheres capazes de vencer a sua natureza (!).
E acabou, assim, por declarar revolucionariamente uma carta de atributos cívicos das mulheres, e declinar as bases de um status que não era senão, há 400 anos, o de uma cidadania feminina.
O meu banquete de ano novo... "O Padre
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
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